Estivemos entre livros, amigas, conflitos, uma deusa e um monstro.
Livros, já não nos são novidades. São amigos, companheiros, inimigos, entraves, descobertas, risos e lágrimas. E não foram poucos. Sofremos e nos deliciamos com Lobato e as baleias de Narizinho. Conhecemos os tipos mais variados de literatura infantil e voltamos a enxergar com a emoção, a aprender com o coração, a alma e as mãos. Nos dispusemos, nem sempre de vontade própria, a aguçar tato, visão, audição, olfato, paladar e intuição para descobrir caminhos para a prática pedagógica. Nos deparamos com as dificuldades do ensino inclusivo e com as multifaces da criatividade inerente a prática de ensinar.
Uma deusa nos abriu o caminho da imaginação, nos fez desbravar lugares da alma que nem imaginávamos possuir, ousou nos chamar a vida, a realidade nem sempre bonita das obrigações do ensino. Colocou na pauta do dia a morte, os conflitos e dores. As crises, verdades e regras. Nos fez aprender a estudar, e descobrir no estudo as formas de ensinar. Como deusa foi capaz de criar maravilhas ante nossos olhos maravilhados e estáticos e também causar em nós a apreensão da busca, a fúria pela descoberta, a incerteza pelo resultado. E sim, como deusa nos fez sentir plenas, realizadas e conquistadoras, mesmo ante ao fracasso nos motivou a ir em frente, por suas mãos crescemos neste semestre mais que poderíamos supor para muitos anos. A ti, deusa do saber, nossa gratidão e afeto.
Amigas e conflitos são agora, mais do que nunca, sinônimos. Amigas que nos completaram, instigaram, irritaram, alegraram, perturbaram e completaram. Juntas e misturadas realizamos trabalhos incríveis, fortalecemos umas as outras em momentos - que não foram poucos - de crise, desanimo ou frustração. Nos irritamos, discutimos mas, nunca brigamos. Porque diálogo e respeito são a marca entre nós. Nossa turma desse semestre, muito do bem por acaso, superou qualquer expectativa.
Mas, como em toda boa história, existe sempre um monstro. E esse semestre não foi diferente. Mas superamos, não com a coragem e garra que gostaríamos, mas com a tolerância e determinação que nos era exigida. O mostro, nem sempre vestido como tal, ora nos era um cordeiro ora uma fera. Dizem os historiadores que nos conflitos é que nascem as tradições e afirmam-se os mitos. Podemos assim acreditar que desse mostro nos nasceu tradição da conquista, por ele o mito de que por maior que seja o obstaculo é possível superá-lo com garra e empenho, foi fortalecido. E saímos fortes. Entre mortas e feridas sobramos todas.
E quanto aprendemos! Literatura Infantil, Cultura Surda, Libras, Biliguismo, Práticas Inclusivas, as várias Deficiências e suas características, funções e utilidades de um Plano de Aula, Projeto, Sequencia ou Atividade Permanente, As práticas pedagógicas e sua importância. Conhecemos tanto de cultura e arte, dos grandes autores brasileiros a poetas russos! Bethoven, Bach, Choppin e Mozart instigaram sentimentos e emoções... Admiramos a natureza a procura da casa do João de Barro... nos escandalizamos com Chapeuzinho Vermelho e nos encantamos com Sr. Hulot! Penamos com a Psicomotricidade, com Piaget, Vygotsky e Wallon numa linguagem diretiva para educação. Analizamos e compreendemos o desenvolvimento humano em cada uma de suas fases, suas necessidades e possibilidades de intervenção pedagógica.
Crescemos, muito. E percebemos que, entre livros, lágrimas e risos, existem conquistas inumeráveis e indescritíveis.
